quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Conto 0001 Tornado!

Meu nome de nascença é José, tenho 24 anos, mas, no mundo dos computadores sou conhecido por Tornado, atualmente moro em uma penitenciária qualquer, numa cidade qualquer, junto com mais 50 detentos em uma cela feita para abrigar 15, como vim parar aqui? Essa é a história que você irá ler!


Na minha oitava série do ensino fundamental, conheci uma maquina que literalmente mudou minha vida, o computador, eu estudava em uma escola particular, onde minha mãe era professora, por isso tinha uma bolsa de ensino, nossa família não teria condições de custear a escola, visto que meu pai era alcoólatra e estava desempregado.

Quando conheci o computador na escola, me apaixonei por aquela máquina, não me interessava por matéria alguma, ia para escola obrigado, eu tinha que estudar e se não estudasse, meu pai batia em mim. Porém, ao descobrir o computador, conheci uma coisa que realmente gostava, eu entrava atrasado nas aulas, na aula de computação nunca entrei atrasado.

Nas provas de computação sempre tirava 10 e se o professor me desse 9,5 eu brigava com ele, argumentando que ele não entendeu o que eu tinha dito. Logo aprendi como funcionava o sistema dos computadores, era incrível, mas, parecia que eu conversava com eles, que antes me aprender a usar, eu já sabia como funcionava.

A primeira invasão que fiz foi no servidor da escolar, com o intuito de alterar minhas notas, já estava cansado de apanhar do meu pai. Depois disso comecei a invadir todos os sistemas possíveis e impossíveis, até invadir o primeiro sistema bancário, programei para um caixa eletrônico simplesmente esvaziar uma de suas caixas de cédulas, com o dinheiro disso ao final do meu ano escolar, comprei meu primeiro computador.

Depois disso, disse aos meus pais que estava trabalhando de office boy em uma empresa qualquer.Logo começou o meu ensino médio e com isso, minhas notas, sempre boas, umas altas outras na média, pra não parecer padronizado as notas. Certo dia na biblioteca da minha cidade, instalaram um novo meio de comunicação, a internet.

Tratei logo de comprar um computador novo para que pudesse acessar esse sistema, fuçando nos arquivos de um site de busca, conheci uma nova ferramenta, redes de bate-papo, o IRC, instalava-se um programa simples no computador e tinha acesso a essa rede de bate-papo.

Neste momento entrei em contato com outros hackers, trocávamos senhas de servidores de internet e contas de dados. Ao longo do tempo os sistemas bancários começaram a se proteger dos meus ataques a caixas eletrônicos e estava ficando sem dinheiro, tratei de procurar formas alternativas de ter dinheiro fácil, nos bate-papos comentando sobre o acontecido com meus amigos virtuais, descobri que eles tinha outra forma de conseguir o dinheiro, transferências eletrônicas.

Simplesmente esse meu grupo de amigos, roubava dinheiro de dinheiro desviado por políticos a contas do exterior, em seus esquemas de corrupção, o lema deles era: Ladrão que rouba ladrão, tem cem anos de perdão. Bem no estilo Robin Hood, eles também faziam doações do dinheiro a comunidades carentes, em forma de entrega de doações.

Perguntei a um deles de tinha vaga no grupo, fui aceito de imediato, a nova brincadeira era fuçar a vida de políticos, os principais alvos das transferências eletrônicas, teríamos de saber tudo sobre eles, o que pra nós era algo muito fácil.

Nossa turma de hackers passava o dia analisando contas dos políticos e identificando possíveis desvios de verbas, o que era algo muito comum de se encontrar, quando o desvio era feito, estávamos lá para desviar nossa quantia.

Nesta época já estava morando no meu próprio apartamento, todo mobiliado com dinheiro fácil, conseguido ali, no meio virtual. Quando as pessoas perguntavam o que eu fazia, dizia que trabalhava pra uma empresa de informática. Consegui pagar um tratamento de reabilitação pro meu pai e depois disso ele arrumou um emprego e estava bem de vida, conseguindo se manter junto com a mãe.

Nossa turma estava cada dia mais avançada, tínhamos outro alvo, os usuários de internet banking, mandávamos um vírus para seus computadores e eles nos forneciam todos os dados, onde nesta hora, zerávamos suas contas, tínhamos uma regra, não fazer isso com pessoas de poucas posses e sim, com pessoas bastante ricas no meio social, cheguei a roubar meu próprio vizinho.

Certo amigo meu, o Trolador disse que estava cansado desta vida e que iria se mudar pra outro país, com a fortuna de anos de roubos cibernéticos, montar uma empresa e tentar viver normalmente, como a maioria das pessoas, eu não queria isso, eu queria conhecer o mundo.

Quando já tinha uma quantia boa em dinheiro, comecei a viajar pelo Brasil, conhecendo o litoral brasileiro que é lindíssimo com suas praias, no meio destas viagens, conheci Rebeca, uma bela mulher, bronzeada, corpo lindo e o sorriso mais belo que já tinha visto em minha vida. Rebeca trabalhava em um banco, conversamos muito, fomos a várias baladas, ela estava de férias e logo voltaria a sua cidade natal.

Confesso que me apaixonei por aquela beldade, neste momento disse a ela que se ela quisesse namorar comigo, eu mudaria de cidade para ficar com ela, ela me deu aquele sorriso e disse que sim, que namoraria comigo, ficamos ali planejando nosso futuro, na beira da praia, em um hotel belíssimo do litoral.

Ao voltar pro meu apartamento, me deparei com uma cena a qual nunca imaginaria que iria acontecer, carros de policia para todos os cantos, perguntei ao transeunte o que estava acontecendo, descobri que a polícia estava atrás de um famoso hacker, esse hacker era eu.

Neste momento tratei de mudar de identidade, alterei meu nome, zerei minhas contas, transferi para outras que tinha acesso e fiz o favor de deletar o sistema de log do banco, que grava todas as transações bancárias.

Mudei pra cidade de Rebeca, com o mesmo nome, só que agora sendo um nome composto, com meu nome original e um outro nome fictício, perguntei pra Rebeca se poderia ficar em sua casa, ela aceitou, então já não precisava de alugar apartamento, nome, RG, CPF essas coisas, sendo Rebeca a mantenedora oficial da casa, meu nome não apareceria em lugar algum, assim poderia fugir da polícia, me escondendo atrás de Rebeca.

Os anos foram passando e Rebeca começou a desconfiar do meu trabalho, porque eu trabalhava pouco e ganhava muito. Comecei seriamente a pensar na oportunidade de sacar todo o dinheiro do banco e trocá-lo por pedras preciosas, que eram mais fáceis de manipular, tendo a polícia no meu encalço.

Nas férias desse ano, convenci Rebeca a fazer uma maravilhosa viagem pelo mundo, em uma delas, um paraíso fiscal onde todo o meu dinheiro estava guardado, logo após íamos pra uma olha do caribe, tudo isso em um jato fretado no nome dela, para não ser preciso passar por aeroportos e a polícia federal, mesmo com tudo falso, eu sabia que eles me prenderiam.

Rebeca aceitou, passamos pelo paraíso fiscal, sacamos todo o meu dinheiro, troquei rapidamente por pedras preciosas e continuamos nossa viagem rumo ao caribe, tudo aconteceu normalmente, Rebeca se apaixonou pelo caribe, então ofereci a ela a oportunidade de morarmos ali mesmo, ela achou a idéia maravilhosa, disse que iria apenas voltar ao Brasil, fechar o aluguel do apartamento, as contas se demitir e voltar ao caribe.

Enquanto isso estava eu procurando um investimento para fazer no Caribe, decidi comprar uma pousada e ter a mesma vida que meu amigo Trolador queria, ser um comerciante local em um país distante do meu. O tempo passou rápido, tratei logo de informatizar a pousada, coloquei uma lan-house para que os hóspedes pudessem acessar a internet lá mesmo, em nossos computadores.

Eu estava preocupado com Rebeca, ela não dava noticias há dias e isso me deixava muito nervoso. Certo dia entraram quatro policiais em minha pousada e fui preso, sob todas as acusações de violações de leis brasileiras, fui extraditado para o Brasil e hoje moro na mesma penitenciária que descrevi no começo desta história, esse meu depoimento foi enviado para internet, na tentativa de alertar meus amigos hackers, que um dia isso poderia acontecer com eles.

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