quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Conto 0010 Os quatro cavaleiros do mundo virtual 2.0


Em nosso quartel general estávamos esperando o mais novo membro de nossa equipe, o Socialista, aquele hacker me impressionou, todos nós pirateávamos softwares a anos, mas, nunca chegamos juntos, no ponto que o Socialista chegou, eram muitos softwares, aquele cara passou dias da vida dele crackeando programas e jogando grátis na internet, ele merecia respeito.

Contei pros outros cavaleiros e eles ficaram interessados em conhecê-lo, mas, estávamos encontrando outro problema, o ano estava começando na universidade e com isso alguns professores novos entraram um deles era o novo professor de Redes, chamava-se Fabiano, estávamos preocupados com ele, não sabíamos o que ele faria com nosso servidor e estávamos tensos pra primeira aula.

Fabiano entrou na sala de aula, logo expôs seu currículo, que prestava serviços de segurança de sistemas em várias empresas, inclusive para bancos, disse que já era doutor em informática e nos incentivou a estudar, porque um dia nós poderíamos mudar da parte dos estudantes e passar para o lugar onde ele estava mestrando aula para nós.

Sinceramente eu odeio professores como ele, eu sou isso, eu sou aquilo, eu não sou porra nenhuma, mas, meu dom com os computadores, sem nenhum papel escrito certificado, me faz ter muito mais  conhecimento que o Doutor, fala sério, isso parece aqueles papos nazistas, todos estavam prestando atenção na aula, até que ele soltou a seguinte frase:

- Fabiano – Atenção senhores, neste momento estamos no servidor da universidade, de hoje em diante quem administrará ele é este ser que vos fala, no mundo virtual me chamo FSB, é um trocadilho, mas, é a abreviação do meu nome, então veremos, nossa, como esse servidor está lento, olhem os HDs, todos lotados, o que os senhores guardam aqui? Sinto muito, mas, serei obrigado a formatar esse servidor e começar do zero, assim todo lixo dentro dele irá pro espaço, vocês terão uma semana pra fazer backup dos seus arquivos.

Meeeeeeeeeeeeeu esse cara é louco? Como ele entra em nosso ciberespaço e fala que vai formatar o servidor? Os cavaleiros só olharam uns pros outros e entenderam que tínhamos de nos reunir depois da aula, para discutir o que faríamos com o novato.

<Peste> E agora gente, como faremos, esse cara é louco, já chega querendo apagar tudo meu, que psicopata!
<Guerra> É guerra que ele quer? É guerra que ele terá, jamais formatará nosso sistema, cuidarei de deletar o usuário dele todo dia e de colocar uma chave de criptografia no login do Admin, de forma que ele nunca conseguirá logar como super usuário!
<Fome> Peste e nossos arquivos, quanto tempo levará pra backupear o servidor inteiro?
<Morte> Darei um trabalho pra ele, quebrando seus dedos, quero ver como ele vai teclar!
<Peste> Calma gente, estamos levando para o lado sentimental, relaxem, temos um novo membro no clã, o Socialista! É mais um do nosso lado, se ele conseguiu copiar todos aqueles programas em tempo record, mais do que nós quatro o fizemos, ele irá nos ajudar!
<Guerra> Cara ele é muito doido mesmo, se expondo como ele fez, será que vai aguentar a pressão?
<Fome> Quando ele chega ao quartel?
<Morte> Não se preocupe eu o ensinarei a ser discreto!
<Peste> Hoje!

Terminando as aulas fomos para o quartel general, era uma antiga pensão onde morava o pessoal da universidade, foi feita pra ser lar dos estudantes, nós a compramos, inteira, do jeito que estava, pra ser nosso quartel general, o tiozinho dono dela virou nosso empregado, compramos dele mas pedimos a ele pra continuar administrando a casa, pra servir de fachada e não chamar a atenção.

Nossos carros eram velhos, mas, todos tunados por dentro, o meu era o BlackJack, um maverick de oito cilindros, pintura original, porém, com o motor totalmente modificado e claro, turbinado! O do Morte era meu concorrente um opala seis cilindros, original e também tunado só na parte de dentro, o Carro do guerra era um Jipe com motor de opala e também turbinado 4x4, o carro do 
Fome era o mais comédia, uma brasilia, isso mesmo, sorriam, mas, ela tinha motor de opala e turbinado, não tinha os bancos de trás.

O quartel general, que daqui pra frente usarei a sigla QG, era uma típica pensão de estudantes, exceto pelo seu porão, que abrigava uma enorme central de Tecnologia da Informação, nós tínhamos até saída de emergência, um túnel que saía do porão e conectava com a rede de águas pluviais, pensamos nisso porque sabíamos que um dia nos descobririam e se fossem até a pensão, nós teríamos por onde fugir.

Finalmente chegou nosso convidado, o Socialista, quando tocou a campainha nós olhamos pela central de câmeras e lá estava mais um hacker que entraria pro clã, ao entrar demos as boas vindas pra ele, saímos contando a história da pensão e como chegamos ali, bem como apresentamos nossos empregados, o tio e sua família que cuidava da casa pra nós.

Continua...


sábado, 26 de janeiro de 2013

Conto 0009 Bate-papo Do virtual para o real!

No meio do encontro de internet eu pensei que poderíamos dar uma esticada nele, comentei com o pessoal se eles conheciam uma ilha que ficava no meio do rio, próximo do shopping onde estávamos no boliche, eles disseram que não conheciam e me perguntaram como eu a conheci, simples, eu fazia trilha de bicicleta e conhecíamos verdadeiros rallys dentro da própria cidade, eram 21:30 e o shopping fechava as 22h, mas, eu queria e encontrei uma galera afim de ir comigo.

Meu nick é PopBoy e você conhecerá uma turma enorme que se encontrou no mundo virtual e agora estavam desenvolvendo algo muito real, um círculo social. Então comecei a perguntar se algum deles tinham uma lista de materiais pro feito, como sacolas térmicas para colocar gelo e bebidas, lanternas, um rádio potente e que suportasse pilhas, muitas pilhas, bebidas, comidas, tudo que pudesse ser transportável pra montarmos nosso acampamento no meio do rio, na ilha fluvial que se formara no meio da cidade.

Após algumas horas conseguimos reunir todo o material, um grupo de quatro carros e vinte pessoas, dentre elas uma em especial a Sacerdotisa, uma mulher bastante atraente que gostou de mim a primeira vista e ficava sempre ao meu lado, ao chegar ao lugar de descida para o rio, muitos estavam preocupados, eu os disse que não tivesse medo, que nós sempre fazíamos aquilo, passávamos por ali de bicicleta e que nunca tinha acontecido algo de sobre natural, eu tenho o dom de passar confiança para as pessoas, elas acreditaram e seguimos em frente.

A comédia começou com a lanterna e o barulho dos bichos, a maioria deles nunca tinham feito uma trilha, caminhada, o que quer que seja a céu aberto, em um lugar com animais e flora tão diversificados, medo de cobras, aranhas imperavam sobre eles e eu sempre os guiando e pedindo que tivessem calma, ao chegar à margem do rio, a única coisa que nos separava da ilha era um caminho de pedras, eles ficaram olhando e me perguntando como iríamos passar por ali, eu disse que era simples e como em um passe de mágica fui da margem a ilha, eles ficaram parados olhando, até que uma delas falou:

<Serpente> Escute você acha que eu sou uma cobra anfíbia, eu não tenho medo de cobras, eu sou uma delas, não tenho medo de aranhas, elas são meus alimentos, mas, atravessar da margem pra essa ilha, meu eu não consigo fazer isso, você tem noção?
< Sacerdotisa> Ih mina, qual é a sua? Com medinho de água? Vai estragar a escova?
<Serpente> Escuta aqui garota, quem te deu autorização pra falar assim comigo?
<PopBoy> Calma meninas, Sacerdotisa você pode mostrar pra ele que você consegue?
< Sacerdotisa> Agora!

E como em uma passe de mágica Sacerdotisa atravessou para a ilha, os outros olharam e começaram a atravessar um por um e a Serpente ficando pra trás e se indignando porque ninguém dava atenção pra ela, enquanto uns ajudavam os outros a atravessar para a ilha eu comecei a prestar mais atenção em Sacerdotisa, que estava maravilhada olhando pra lua, as estrelas a natureza ali exposta em sua mais ampla plenitude, agarrei ela por trás e disse:

<PopBoy> Curtindo a obra que meu pai fez pra gente?
< Sacerdotisa> Agradecendo ele por estar aqui e por ter colocado você em meu caminho, sabe nunca tinha conversado com você, sempre toda aquela gente te rodeando, como seu nick mesmo diz, você é muito popular, mas, ao te ver pessoalmente algo mudou!
<PopBoy> Notei que você ficou do meu lado e não desgrudou mais, gostei, gostei de sua atitude, gosto de mulheres com atitude!
< Sacerdotisa> E eu gosto de você, não sei porque, desde a hora que te vi, era como se já te conhecesse!

Ficamos ali conversando agarradinhos, quando olhamos o pessoal já estava todo esparramado pela ilha, deitados na areia e olhando pro céu, pra natureza do lugar e a Serpente, que me parece só subia em árvores, dizendo que não ia atravessar, os outros nem ligavam mais pros seus berros, até que ela tomou coragem e decidiu enfrentar o obstáculo, o Orion estava disposto a ajuda-la, foi ensinando passo a passo e com duas lanternas dizendo onde ela poderia pisar pra passar, aos poucos ela foi conseguindo, mas, quando chegou à beira da ilha perdeu o equilíbrio, Orion a puxou com força, porém, com o movimento ele caiu na água, todos caíram na gargalhada, menos a Serpente, ela se sentiu culpada por isso.

Quando Orion chegou à ilha ela com ele todo molhado deu um abraço e agradeceu ele o chamando de herói, ele sorriu e os dois começaram a conversar, aquela noite parecia mágica, um romantismo pairava no ar, novos casais surgindo, o pessoal totalmente embriagado, brincando uns com os outros e eu pensando, todos nós éramos apenas amigos virtuais e naquele momento estávamos todos ali, confraternizando, no mundo real, obrigado à internet, ela faz muitos amigos todos os dias, sejam eles reais ou virtuais.

No fim da noite todos nos despedimos, estava quase amanhecendo e chamei a Sacerdotisa para assistir o nascer do sol em um mirante ali perto que eu conhecia, deixamos o pessoal que veio conosco em nosso carro em suas casas e fomos pra o mirante, assistir o nascer de mais um dia, ao chegarmos lá e olharmos a cidade clareando, com os primeiros raios de sol, aquela neblina pairava por entre os prédios, então Sacerdotisa olhou em meus olhos e disse:

< Sacerdotisa> Muito obrigado pela noite, desde a minha infância nunca tive momentos tão bons como esse, você é muito inteligente e tem um dom fantástico de guiar as pessoas e levarem elas a fazerem verdadeiras loucuras!
<PopBoy> Por nada, eu apenas gosto de sair, de me divertir e contamino as pessoas com minha loucura e elas começam a fazer o que imagino, muitas vezes terminam em coisas boas como essa noite, todos eles eu e você!

Ficamos ali abraçadinhos, curtindo aquela brisa da manhã, depois fui deixar ela em casa e voltei pra minha casa, quando me deitei em minha cama eu sentia uma paz interior enorme e uma satisfação de uma noite que foi muito boa em minha vida e penso que na memória de todos eles.
Continua...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Conto 0008 Bate-papo IceHeart e TheWitch


Certo dia no bate-papo encontrei um nick que me interessou bastante TheWitch eu queria saber como era essa tal Bruxa se ela poderia me enfeitiçar, meu apelido no bate-papo era coração gelado na tradução pro português, porque eu tinha sofrido por amor, depois disso, meu coração virou uma pedra de gelo e nunca mais tinha gostado de alguém, então chamei-a para o privado:

(IceHeart) Olá!
(TheWitch) Oi tudo bem?
(IceHeart) vc tem alguma bruxaria pra curar corações amargurados?
(TheWitch) Claro que tenho! Me conte o que deixou seu coração uma pedra de gelo?
(IceHeart) Longa história, um relacionamento que não deu certo, os pais dela não gostavam do nosso namoro e quando descobriram que ela perdeu a virgindade comigo, mandou ela pros Estados Unidos e eu fiquei aqui...
(TheWitch) Paixão mal resolvida? Hummmmmmm esse tempero dura anos!
(IceHeart) É fazem anos mesmo então, a sra cura isso?
(TheWitch) Olha sou nova na religião das bruxas e ainda estou lendo o primeiro livro, com o tempo posso tentar fazer uma magia pra te livrar disso
(IceHeart) Não tem problema, daqui até lá meu coração continuará o mesmo!
(TheWitch) Quantos anos você tem?
(IceHeart) 19  e vc?
(TheWitch) 16 onde moras?
(IceHeart) No centro e vc?
(TheWitch) No jockey...

Continuamos ali por horas e horas nos conhecendo, até eu perguntar pra ela se poderia ir até sua casa, mandei minha foto pra ela e ela me mandou a sua, confesso que fiquei atraído por ela, tinha uma beleza singular, ela disse que poderíamos nos encontrar no próximo encontro do bate-papo, que seria no sábado dessa semana, fiquei super empolgado com a situação, então confirmei com ela, disse a roupa que iria vestido e ela a dela.

Durante toda a semana conversamos incessantemente, descobri que ela era solteira e comecei a gostar de todo aquele diálogo, fazia anos que não conversava tão à vontade com uma mulher, ela gostava das mesmas coisas que eu e frequentava os mesmos lugares, nunca tínhamos nos encontrado, mas, o destino tinha nos reservado a se conhecer através da internet, o dia do encontro estava perto e eu cada vez mais ansioso.

Finalmente chega o dia do encontro e eu estava muito nervoso, afinal depois de tanto sofrer por amor, finalmente estava conhecendo uma pessoa muito legal e o melhor é que ela gosta de tudo o que eu gosto, não resisti ao horário e fui mais cedo pro encontro, chegando lá resolvi tomar um chopp pra me acalmar, estava lá sentado olhando pra pista de boliche, relembrando meu antigo relacionamento e o quanto sofri por amar demais e terminar como terminou e se valeria a pena amar novamente.

O tempo passou que eu nem senti, quando menos espero, mãos quentes tocam meu rosto por trás e perguntaram se eu adivinhava quem era, a palavra saiu meio tremula em minha voz: TheWitch! Eu me virei e lá estava ela, justamente como eu a via na foto e em minha mente, com a roupa que marcamos, fiquei sem jeito, mas, comecei a conversar com ela, em tom de brincadeira.

- IceHeart – Qual seu nome jovem bruxa?
- TheWitch – O mais cômico é que não sabemos nossos nomes, só os apelidos do bate-papo! Fernanda e o Seu?
- Patrick – Patrick ! Realmente nós não sabíamos nossos nomes, que comédia! Você vem sempre aqui?
- Fernanda – Não! Só quando devo fazer uma bruxaria pra afastar antigas paixões e colocar novas no lugar!
- Patrick – Opa então é agora pode começar!
- Fernanda – Para Patrick assim você me deixa com vergonha!

Ficamos ali conversando e sorrindo, logo nossos amigos do bate-papo começaram a chegar e nos incomodar dizendo que estávamos namorando, ficamos muito sem jeito, então meu amigo Bruno que era um dos operadores do canal chegou e me perguntou sobre as senhas, eu disse pra ele ficar na dele que depois daria as senhas em um local menos movimentado, pensando nisso convidei Fernanda para ir a um local menos movimentado, o boliche tinha um local reservado no andar de cima, que era um lugar onde os casais ficavam Fernanda aceitou e subimos.

- Fernanda – Então o senhor é um hacker?
- Patrick – Digamos que eu sou um socialista e quero que todos acessem a internet de graça, por isso roubo as senhas dos provedores e dou para eles, os pais deles mal tem condições de pagar o telefone, que eles só usam depois das 0:00 até as 6h da manhã, pra economizar nos custos, quanto mais pagar pelo provedor, acho um roubo as provedoras cobrarem esse valor por conexões de internet, quem nem não todo esse gasto!
- Fernanda – Nossa você mudou completamente, que cara de mau, não faz isso que eu me apaixono!
Então segurei as mãos dela, olhei no fundo dos seus olhos e comecei a acariciar suas mãos, ela começou a ficar vermelha e eu comecei a gostar daquilo, fiquei trêmulo, ela tomou mais um gole do seu coquetel de frutas e eu terminei o chopp, então começamos a nos beijar, aquilo foi mágico, meu coração estava pra sair pela boca, passei a mão em seu pescoço e ela arrepiou toda sua pele, depois colocamos as cadeiras mais próximas uma da outra, coloquei o braço atrás de seu pescoço e ficamos ali, nos beijando e acariciando.

Depois de um certo tempo chega Bruno, estava branco, pálido, eu perguntei a ele o que havia acontecido, ele pegou meu copo de chopp e tomou ele todo de uma só vez, depois pediu uma tequila pro garçom e sentou conosco na mesa.

- Bruno – Cara, saca o José, o Romantico do bate-papo?
- Patrick – Sei cara o que aconteceu?
- Bruno – Meu aqueles caras os hackers fdp, entraram no encontro e o José mostrou uma arma pra eles e mandou que eles saíssem dali, juro pra vocês que não estou sentindo minhas pernas!
- Patrick – Cara já tinham me falado pra não mexer com ele, eu pensava que eu era maluco, mas, depois dessa vejo que ele é o doido!
- Fernanda – Calma deixa ver se eu entendi, os hackers se enfrentaram lá em baixo e o Romantico colocou eles pra correr com uma arma?
- Bruno – Isso mesmo, não é só o romance de vocês que passou do virtual pro real, as brigas também passam do virtual pro real!
- Patrick – Bruno está aqui o disquete com as senhas, agora deixa a gente se curtir aqui?
- Bruno – Espera po, não gosto de segurar vela, vou só tomar minha tequila e saio ok?
- Fernanda – Gente eu pensava que isso tudo não passava de brincadeira de computador, como um jogo, não sabia que as coisas tornavam-se tão reais assim!

A tequila de Bruno chegou ele tomou a dose de um gole só e se despediu de nós, então ficamos só de novo e mais uma vez voltamos a conversar, sobre o quanto a internet poderia ser real...
Continua...

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Conto 0007 O bate-papo


Certa época da internet a moda era o bate-papo, o meio mais novo de interagir uns com os outros, através do meio digital, encontros eram marcados e todos confraternizavam unidos, uns com os outros, uns em seus grupos separados, as famosas panelinhas, mas no geral, todos estavam unidos através do meio digital e relações mais que reais.
Contaremos agora como eram estes encontros e quais finalidades eram aplicadas a eles.

Então no bate-papo:
<@WebVibe> Eai galera, quando será nosso próximo encontro?
<HackerZ> Quero ver a cara de vcs nerdizinhos!
<Jhonny> Ver a cara da sua mãe seu babaca!
<Linda> Calma meninos, vcs vivem se acariciando dessa forma?
<Trolador> huahauhauahuau esse encontro promete, quero ver as brigas que irão rolar
<Patrissete> Meninos, vamos lá nos conhecer e não brigar, vcs podem conter vossa testosterona?
<Maluco> q nada quero ver o circo pegar fogo hehehehhehe
<@Romantico> Então, será no boliche às 19h como de costume!
<Julieta> Amor, vou te beijar muito tá?
<HardLock> Fala sério, eu tenho que aguentar esse melodrama, aff
<Conected> hahahahhaha será uma comédia, um bando de nerds reunidos
WebVibe chuta Conected da sala...
Conected entra na sala...
<Conected> Seu fdp vou quebrar seu nariz na porra desse encontro!
WebVibe chuta e bane Conected da sala...
<@WebVibe> Mais alguém vai falar merda ai?
WebVibe foi desconectado do servidor...
<HackerZ> Mais alguém vai banir meus amigos?
<@Romantico> Seu hacker fdp!
HackerZ foi desconectado da rede por Romantico (Vai pro inferno seu hacker babaca)
<Julieta> Calma amor, não faz isso!
<@Romantico> Estou de saco cheio desses hackers entrarem na rede e em nossa sala pra falar e fazer merda, agora não banirei mais do canal, banirei da rede mesmo, pra eles não voltarem!
<Maluco> hehehehhe adoooooooooooro essa sala por causa disso, sempre há hostilidades e eu curto demais isso!
<Patrissete> Mais que droga, vcs homens são todos iguais, parecem selvagens
WebVibe entra na sala...
<@WebVibe> mais que fdp ele me nukou, que droga!
<@Romantico> Calma filho o papai já resolveu
<@WebVibe> Quando tu vai me dar poder de cop na rede?
<Jhonny> Cara, acho que vai rolar pancadaria nesse encontro ó

Assim eram os diálogos no bate-papo, de um lado hostilidades como há em qualquer lugar de nossa sociedade, romances, discussões, diferenças ideológicas, religiosas e tudo o que vemos diariamente em nossa sociedade e como o bate-papo era uma cópia da vida real, nele também existiam os atritos. Além de conversas na sala para o público, também tinham os diálogos privados ou PVTs como eram chamados, veremos alguns a seguir:

(Julieta) Amor para de brigar com os meninos, que coisa feia!
(Romantico) Amor essa é minha função, um operador tem que banir os baderneiros, sem isso, essa sala vira uma zona!
(Julieta) Amor eu entendo, não seja tão agressivo!
(Romantico) Vida vc está pedindo pra um leão se tornar um cordeiro, isso não existe, vc me conheceu assim e eu não vou mudar!
(Julieta) Tudo bem vida, não me meto mais nesses assuntos, eu entendi
(Romantico) Não fica assim amor, tu sabe como teu namorado é esquentado
(Julieta) É por isso que eu tenho medo, no encontro do boliche eles estarão lá e você vai fazer o que?
(Romantico) Tenho um presentinho pra eles!
(Julieta) Credo amor, o que é isso?
(Romantico) Amor, vamos mudar de assunto?
(Julieta) Ok, vou sair do bate-papo, depois conversamos...

O tempo passou e logo chegou o dia do encontro no boliche, os operadores chegaram mais cedo, Romantico se chama José e Julieta é Juliane, eles foram os primeiros a chegar e recepcionaram os outros operadores que estavam organizando o evento, WebVibe na vida real era o Bruno e ele conversando em separado com José:

 - Bruno – Romântico o que você fará quando aqueles vermes chegarem?
- José – Olha isso WebVibe...
José levantou a camisa e mostrou um revolver pra Bruno, que ficou travado...
- Bruno – Ca c aca cara, isso é demais, você é louco?
- José – Eles acham que eu estou brincando, mas, eu nunca brinco!
- Bruno – José cara, estamos em um local público, olha o tanto de gente aqui, você está louco?
- José – Calma filhinho o papai sabe como se virar ok?

Enquanto isso os demais foram chegando, começando a se apresentar, tomando uns drinques, comendo tira-gosto conversando como um encontro normal de pessoas, com o tempo tinham quase 50 pessoas no lugar, foi então que os hackers chegaram, ficaram olhando pra José, que desconfiou intuitivamente que eles eram os seus inimigos, chamou Bruno para ficarem em um canto, como se estivessem conversando, assim atrairiam o grupo, que logicamente tentariam intimidá-los.

Foi isso que aconteceu, eles rumaram pra perto de José e começaram:

- Francisco – Olá nerdizinhos sou o HackerZ e esses são meus amigos, o que vocês acham de nós quebrarmos a cara de vocês hein?
José levantou a camisa, mostrou a arma pra eles e disse:
- José – Gostaria de pedir delicadamente aos senhores, que se retirem daqui, caso contrário, teremos uma chacina no boliche, como nos filmes americanos, vazem seus filhos da #@*$!
Os hackers tremeram na base, mal conseguiam andar com as pernas bambas, nunca imaginaram tal cena, então Bruno começou a gaguejar:
- Bruno – José eu pensava que tu era doido,  a a a agora eu tenho certeza, estou todo me tremendo, acho que não vou conseguir caminhar
- José – Calma filhinho vamos continuar como se nada tivesse acontecido ok?

Realmente eles continuaram, a noite foi bastante tranquila, muitas gargalhadas, novos casais se formaram, um clima de romance dominava a noite, com várias histórias sobre os hackers e seus feitos, piadas, tudo o que acontece em um bom encontro de amigos e essa história? Claro, continua...

domingo, 6 de janeiro de 2013

Conto 0006 O Socialista

Meu nome é João, mas, no mundo virtual todos me conhecem por socialista, porque acredito que o conhecimento deve ser compartilhado, o verdadeiro ignorante não é o que não sabe e sim aquele que sabe e não compartilha com os outros seus conhecimentos, em minha visão, este é o ignorante.
Em minha escola de informática fiquei fascinado pela história de um cara que registrou o software dele em código aberto, todos poderiam compartilhar de seu software, moldá-lo de acordo com sua necessidade, então pensei que isso deveria acontecer não com o software dele, que o chamou de freeware e sim com todos os softwares.

Certo dia em minha casa comecei a copiar todos os meus programas, mais uma feira de informática estava chegando e eu queria conhecer mais hackers, minha moeda de troca, seriam meus softwares pirateados, queria compartilhar meu conhecimento com eles, coloquei todas as cópias em uma mochila e fui para a feira.
Chegando lá era o paraíso, todos os stands de mostruário do que havia de melhor em termos de tecnologia da informação, hardware e software de ponta e eu lá maravilhado com tudo aquilo, perto de mim chegou um cara, perguntou se eu entendia de computadores, esse foi nosso diálogo:
<Estranho> Então você gosta de computadores?
<Socialista> Sim claro e você? O pessoal me conhece por socialista!
<Peste> Prazer eu sou a peste!
<Socialista> Peste? Que porra é essa? De onde veio isso?
<Peste> Os quatro cavaleiros do apocalipse saca?
<Socialista> Pode crê, saquei, então, você curte softwares?
<Peste> Claro eu amo tudo que seja computador!
<Socialista> Então brother, eu tenho uma dezena de programas aqui em minha mochila, quer trocar alguns dos seus?
<Peste> Você é principiante, como traz uma mochila cheia de software pirata pra uma feira de informática e ainda oferece assim, na cara dura, brother isso dá cadeia tá ligado?
<Socialista> Cara eu simplesmente acredito no freeware e aposto que um dia teremos softwares grátis, os desenvolvedores poderão criar softwares livre, isso já foi feito entende?
<Peste> Seguinte, vou te passar o ip do meu server, entre com esse login e senha que anotei nesse papel, não ofereça esses softwares para mais ninguém nessa feira, se não você irá se expor e isso não seria legal, você corre o risco de ser preso, isso é bem coisa de principiante mesmo, quando entrar em contato comigo, te ensinarei alguma coisa e trocaremos figurinhas certo?
<Socialista> Tudo bem, entendi, continuamos certo?

Gente, aquele cara me deu calafrios na espinha, não tinha me tocado que o que eu estava fazendo era pirataria de software, eu só queria compartilhar o que eu tinha com outros, como a primeira forma de comércio do mundo, o escambo, troca, seja como você queira denominar, não sabia que corria risco de ser preso e essas coisas, mas, ao chegar em casa a primeira coisa que eu fiz foi ligar o pc e entrar no servidor do cara.

Ao entrar aparece uma mensagem de chat, eu aceito, é ele, a Peste:
<Peste> Olá Socialista, bem vindo ao nosso espaço virtual! Seguinte, criarei uma pasta pra você, você fará o upload de tudo o que você tem para nossa pasta, em troca darei acesso de cópia de arquivos pra você em nossa pasta, existem algumas regras:
1) Se você tentar burlar o sistema está fora;
2) Se você não mandar nada e quiser pegar nossos arquivos vampirizando nosso sistema, também será banido;
3) Não dê esse endereço pra ninguém, nem pro seus pais, bem como a senha de acesso, ou já sabe, out;
4) Sempre entre com o usuário Socialista;
5) Nunca saia na rua com seus programas piratas seu maluco!
<Peste> Qualquer dúvida deixe uma mensagem que eu te ajudo ok?
<Socialista> Nossa, isso parece um quartel! Tudo bem senhor, estou começando a fazer o upload dos arquivos, muito obrigado!

Ao começar a enviar os arquivos pro sistema do Peste, comecei a ver o que eles já tinham, eu pensava que tinha muito, mas, ao ver aquele server, vi que era apenas uma ilha e tinha encontrado todo o oceano em minha frente! Eram tantos programas, pra tantas aplicações, pra tantos sistemas operacionais, que eu nem sabia por onde começar a baixar.

Passei dias no servidor deles, fiz o upload de todos os meus softwares e ficava olhando praquela lista enorme e pensando que aquilo poderia ser de domínio publico, comecei uma busca por países que não tinham leis de softwares e buscando servidores sem segurança, encontrei, fiz uma lista de todos eles e compartilhei minha ideia com o Peste, ele respondeu dizendo que eu me responsabilizasse por meus atos.

Aquela frase soou como um sinal verde em minha frente, comecei a invadir os servers de vários países colocando os programas neles e fazendo propaganda nas redes de bate-papo e as mais novas redes sociais, foi uma loucura, eu nunca tinha recebido tantos e-mails, foram e-mails de vários países em milhares de línguas, mas, uma frase eu adorava, eles diziam: Thank you!

Eu me senti realizado, todo mundo agora usava os softwares que eu mesmo organizei e fiz o upload sozinho, aquilo era como sonhar acordado, eu realmente me perguntava se isso estava acontecendo, deixei um contador no site e em uma semana ele marcou 150.000 acessos, isso era o máximo e os cavaleiros me mandaram um e-mail me parabenizando pela ação, que agora eu poderia ser um coadjuvante nos cavaleiros, fiquei muito honrado, os verdadeiros hackers me aceitaram como um hacker!

Não perdi tempo, ficava ligado em todos os  lançamentos de software e tratava de piratear a versão e colocar no site, tudo aquilo era muito novo pra mim, eu nunca tinha sido uma pessoa popular e de uma hora pra outra tinha milhares de fãs por todo mundo, não sabia como tratar aquilo, porém certo dia uma coisa aconteceu, eu recebi um e-mail da polícia, dizendo que as empresas de software estavam me denunciando como cracker, eu nem sabia o que era isso, mas, fiquei com bastante medo.
Confessei isso com os cavaleiros, pedi ajuda e nunca pensei que isso aconteceria, eles apagaram todos os rastros de minhas conexões e falaram pra eu me acalmar, que os países onde os arquivos estavam não tinham leis de software, mas, os donos dos servers ao serem contatados poderiam apagar os arquivos, quando viram o contador, automaticamente me disseram que eu era parte da equipe, estava em 450.000 visitas.

<Peste> Parabéns garoto, seja bem vindo ao clube! Nós começaremos a te ajudar, faremos um depósito em sua conta bancária, me dê o numero e a agência!
<Socialista> Agora, acabei de enviar pro seu email!
<Peste> Certo, agora veja quanto você tem de saldo
<Socialista> Meeeeeeeeeeeeeeeeeu 100.000 reais, que porra é essa?
<Peste> Gratificação por sua contribuição ao nosso sistema, agora saia de sua casa e venha pro quartel general, aqui nós decidiremos o que faremos com você, tenho algumas coisas que você deverá fazer antes de chegar aqui:
1) Compre um notebook, o melhor que você encontrar;
2) Compre roupas da moda, seu estilo parece com meu avô, você é muito clássico, veja os jovens no shopping e se vista como eles;
3) Corte a porra do seu cabelo e faça essa sua barba ridícula;
4) Diga aos seus pais que uma empresa lá do outro lado do mundo te contratou e você mandará noticias;
5) Não diga a ninguém onde você irá!
<Peste> Entendeu?
<Socialista> Cara, você é doido?
<Peste> Nunca me contrarie se não você perde tudo o que ganhou ok?
<Socialista> Sim senhor!

Eu estava em uma euforia só, do dia pra noite tinha ficado rico, nem pensei duas vezes, comecei a arrumar minhas coisas e dizer aos meus pais que eu tinha sido contratado por uma empresa na Índia e iria pra lá morar e fazer o contrato de 1 ano, que manteria contato, minha mãe  era só choro, não conseguia parar de chorar, meu pai com o sorrisão aberto, seu filho tinha tirado a sorte grande, saí de casa e fui ao shopping fazer as compras.

Ao chegar no shopping, fui naquela loja que eu sempre ia, pra ficar babando todos aqueles computadores, comprei tudo do bom e do melhor, preparei as malas e comprei as passagens, me despedi de todos e fui correndo para o aeroporto, uma nova fase de minha vida havia começado, embarquei no avião rumo ao meu novo destino, o quartel general.

Continua...