domingo, 6 de janeiro de 2013

Conto 0006 O Socialista

Meu nome é João, mas, no mundo virtual todos me conhecem por socialista, porque acredito que o conhecimento deve ser compartilhado, o verdadeiro ignorante não é o que não sabe e sim aquele que sabe e não compartilha com os outros seus conhecimentos, em minha visão, este é o ignorante.
Em minha escola de informática fiquei fascinado pela história de um cara que registrou o software dele em código aberto, todos poderiam compartilhar de seu software, moldá-lo de acordo com sua necessidade, então pensei que isso deveria acontecer não com o software dele, que o chamou de freeware e sim com todos os softwares.

Certo dia em minha casa comecei a copiar todos os meus programas, mais uma feira de informática estava chegando e eu queria conhecer mais hackers, minha moeda de troca, seriam meus softwares pirateados, queria compartilhar meu conhecimento com eles, coloquei todas as cópias em uma mochila e fui para a feira.
Chegando lá era o paraíso, todos os stands de mostruário do que havia de melhor em termos de tecnologia da informação, hardware e software de ponta e eu lá maravilhado com tudo aquilo, perto de mim chegou um cara, perguntou se eu entendia de computadores, esse foi nosso diálogo:
<Estranho> Então você gosta de computadores?
<Socialista> Sim claro e você? O pessoal me conhece por socialista!
<Peste> Prazer eu sou a peste!
<Socialista> Peste? Que porra é essa? De onde veio isso?
<Peste> Os quatro cavaleiros do apocalipse saca?
<Socialista> Pode crê, saquei, então, você curte softwares?
<Peste> Claro eu amo tudo que seja computador!
<Socialista> Então brother, eu tenho uma dezena de programas aqui em minha mochila, quer trocar alguns dos seus?
<Peste> Você é principiante, como traz uma mochila cheia de software pirata pra uma feira de informática e ainda oferece assim, na cara dura, brother isso dá cadeia tá ligado?
<Socialista> Cara eu simplesmente acredito no freeware e aposto que um dia teremos softwares grátis, os desenvolvedores poderão criar softwares livre, isso já foi feito entende?
<Peste> Seguinte, vou te passar o ip do meu server, entre com esse login e senha que anotei nesse papel, não ofereça esses softwares para mais ninguém nessa feira, se não você irá se expor e isso não seria legal, você corre o risco de ser preso, isso é bem coisa de principiante mesmo, quando entrar em contato comigo, te ensinarei alguma coisa e trocaremos figurinhas certo?
<Socialista> Tudo bem, entendi, continuamos certo?

Gente, aquele cara me deu calafrios na espinha, não tinha me tocado que o que eu estava fazendo era pirataria de software, eu só queria compartilhar o que eu tinha com outros, como a primeira forma de comércio do mundo, o escambo, troca, seja como você queira denominar, não sabia que corria risco de ser preso e essas coisas, mas, ao chegar em casa a primeira coisa que eu fiz foi ligar o pc e entrar no servidor do cara.

Ao entrar aparece uma mensagem de chat, eu aceito, é ele, a Peste:
<Peste> Olá Socialista, bem vindo ao nosso espaço virtual! Seguinte, criarei uma pasta pra você, você fará o upload de tudo o que você tem para nossa pasta, em troca darei acesso de cópia de arquivos pra você em nossa pasta, existem algumas regras:
1) Se você tentar burlar o sistema está fora;
2) Se você não mandar nada e quiser pegar nossos arquivos vampirizando nosso sistema, também será banido;
3) Não dê esse endereço pra ninguém, nem pro seus pais, bem como a senha de acesso, ou já sabe, out;
4) Sempre entre com o usuário Socialista;
5) Nunca saia na rua com seus programas piratas seu maluco!
<Peste> Qualquer dúvida deixe uma mensagem que eu te ajudo ok?
<Socialista> Nossa, isso parece um quartel! Tudo bem senhor, estou começando a fazer o upload dos arquivos, muito obrigado!

Ao começar a enviar os arquivos pro sistema do Peste, comecei a ver o que eles já tinham, eu pensava que tinha muito, mas, ao ver aquele server, vi que era apenas uma ilha e tinha encontrado todo o oceano em minha frente! Eram tantos programas, pra tantas aplicações, pra tantos sistemas operacionais, que eu nem sabia por onde começar a baixar.

Passei dias no servidor deles, fiz o upload de todos os meus softwares e ficava olhando praquela lista enorme e pensando que aquilo poderia ser de domínio publico, comecei uma busca por países que não tinham leis de softwares e buscando servidores sem segurança, encontrei, fiz uma lista de todos eles e compartilhei minha ideia com o Peste, ele respondeu dizendo que eu me responsabilizasse por meus atos.

Aquela frase soou como um sinal verde em minha frente, comecei a invadir os servers de vários países colocando os programas neles e fazendo propaganda nas redes de bate-papo e as mais novas redes sociais, foi uma loucura, eu nunca tinha recebido tantos e-mails, foram e-mails de vários países em milhares de línguas, mas, uma frase eu adorava, eles diziam: Thank you!

Eu me senti realizado, todo mundo agora usava os softwares que eu mesmo organizei e fiz o upload sozinho, aquilo era como sonhar acordado, eu realmente me perguntava se isso estava acontecendo, deixei um contador no site e em uma semana ele marcou 150.000 acessos, isso era o máximo e os cavaleiros me mandaram um e-mail me parabenizando pela ação, que agora eu poderia ser um coadjuvante nos cavaleiros, fiquei muito honrado, os verdadeiros hackers me aceitaram como um hacker!

Não perdi tempo, ficava ligado em todos os  lançamentos de software e tratava de piratear a versão e colocar no site, tudo aquilo era muito novo pra mim, eu nunca tinha sido uma pessoa popular e de uma hora pra outra tinha milhares de fãs por todo mundo, não sabia como tratar aquilo, porém certo dia uma coisa aconteceu, eu recebi um e-mail da polícia, dizendo que as empresas de software estavam me denunciando como cracker, eu nem sabia o que era isso, mas, fiquei com bastante medo.
Confessei isso com os cavaleiros, pedi ajuda e nunca pensei que isso aconteceria, eles apagaram todos os rastros de minhas conexões e falaram pra eu me acalmar, que os países onde os arquivos estavam não tinham leis de software, mas, os donos dos servers ao serem contatados poderiam apagar os arquivos, quando viram o contador, automaticamente me disseram que eu era parte da equipe, estava em 450.000 visitas.

<Peste> Parabéns garoto, seja bem vindo ao clube! Nós começaremos a te ajudar, faremos um depósito em sua conta bancária, me dê o numero e a agência!
<Socialista> Agora, acabei de enviar pro seu email!
<Peste> Certo, agora veja quanto você tem de saldo
<Socialista> Meeeeeeeeeeeeeeeeeu 100.000 reais, que porra é essa?
<Peste> Gratificação por sua contribuição ao nosso sistema, agora saia de sua casa e venha pro quartel general, aqui nós decidiremos o que faremos com você, tenho algumas coisas que você deverá fazer antes de chegar aqui:
1) Compre um notebook, o melhor que você encontrar;
2) Compre roupas da moda, seu estilo parece com meu avô, você é muito clássico, veja os jovens no shopping e se vista como eles;
3) Corte a porra do seu cabelo e faça essa sua barba ridícula;
4) Diga aos seus pais que uma empresa lá do outro lado do mundo te contratou e você mandará noticias;
5) Não diga a ninguém onde você irá!
<Peste> Entendeu?
<Socialista> Cara, você é doido?
<Peste> Nunca me contrarie se não você perde tudo o que ganhou ok?
<Socialista> Sim senhor!

Eu estava em uma euforia só, do dia pra noite tinha ficado rico, nem pensei duas vezes, comecei a arrumar minhas coisas e dizer aos meus pais que eu tinha sido contratado por uma empresa na Índia e iria pra lá morar e fazer o contrato de 1 ano, que manteria contato, minha mãe  era só choro, não conseguia parar de chorar, meu pai com o sorrisão aberto, seu filho tinha tirado a sorte grande, saí de casa e fui ao shopping fazer as compras.

Ao chegar no shopping, fui naquela loja que eu sempre ia, pra ficar babando todos aqueles computadores, comprei tudo do bom e do melhor, preparei as malas e comprei as passagens, me despedi de todos e fui correndo para o aeroporto, uma nova fase de minha vida havia começado, embarquei no avião rumo ao meu novo destino, o quartel general.

Continua...

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Conto 0005 Fake people

Trinity era pra mim a mulher perfeita, quando eu contava pra ela o que fazíamos na internet ela dava gargalhadas, eu realmente não sabia se ela entendia o que eu dizia, mas, como ela sempre sorria eu pensava que ao menos ela achava interessante.

Conhecemo-nos no IRC, muitos anos atrás, através de programa de mensagem instantânea, passávamos boa parte do nosso tempo, ela era muito tímida e não tinha webcam por conta disso, não ficava a vontade de se mostrar na web. Eu entendia, afinal, uma jovem que vivia na internet, deveria em fim ter constrangimento ao vivo, coisa que eu definitivamente não tenho.

Mas, ao passar dos anos, eu realmente queria conhece-la pessoalmente, afinal, nunca tinha visto ela na webcam e ela não topava da gente se ver ao vivo, esse relacionamento estava me tirando do sério, porque eu realmente queria ver a Trinity, tocá-la, acaricia-la, sabe como é, ter aquele encontro mais intimo, porém, ela sempre negava essa possibilidade e me dizia que no tempo certo, nos veríamos.

Nós éramos o casal de nosso grupo social em nosso site de relacionamentos, todos queriam se amar virtualmente como nós o fazíamos, nos tornamos referência para um grupo enorme de pessoas, eu gostava tanto dela, as vezes tinha sonhos totalmente calientes ao seu lado e acordava todo suado.

Um grupo de hackers sempre atacava nossos servidores, parece que eles sabiam como agíamos, onde agiríamos e o que faríamos, como responsável pela guerra eu ficava constrangido na frente dos meus amigos, por não poder conter a maioria da invasão deles em nosso domínio, o que eu queria saber, era como eles sabiam?

Morte veio conversar comigo e perguntou se eu já tinha visto essa minha namorada virtual, eu disse que não e ele disse uma frase que mudou o rumo de nossas vidas:
<Morte> Guerra, se liga, essa mina é um fake!
<Guerra> Fake que porra é essa?
<Morte> Essa mina é um cara, se passando por mina, pegando suas informações e passando pro nosso grupo rival!
<Guerra> Calmaí Morte, vc só pode estar brincando, eu conheço ela, conversamos a anos!
<Morte> Já viu ela na webcam?
<Guerra> Não!
<Morte> Pessoalmente?
<Guerra> Não!
<Morte> Trate de rastrear esse fake, eu tenho que lhe ensinar uma lição!
<Guerra> Cara, vc tá ficando paranoico, não tem nada a ver!
<Morte> Tudo bem, vc não fará, eu o farei!
<Guerra> Tudo bem, conheço o seu “eu farei”, tudo bem, vou investiga-la!

Aquelas coisas que Morte me disse, ficaram ecoando em minha mente, não consegui dormir, fui analisar meu relacionamento com Trinity e ele estava completamente certo, eu não a conhecia. Decidi então tentar sondá-la antes de rastreá-la:

<Guerra> Oi meu amor, tudo bem com você hoje?
<Trinity> Tudo, estou arrumando a casa está uma bagunça!
<Guerra> Vida, eu estou no limite, tenho que te ver pessoalmente, se não fico louco, após todos esses anos eu mereço isso!
<Trinity> Amor, já te falei, só quando me sentir preparada!
<Guerra> Bem, quando você se sentir preparada, pode ser tarde demais!
<Trinity> Isso é uma ameaça?
<Guerra> Simplesmente estou de saco cheio desse romance virtual, eu tenho desejos carnais, que vão bem mais além que letras em uma tela de computador!
<Trinity> Vida o que é isso?
<Guerra> Você tem 48 horas pra pensar em me ver ao vivo ou terminar tudo!

Desliguei a conexão e comecei a rastrear a ligação, pra minha surpresa Trinity morava perto de minha casa, me enganou durante todos esses anos, quase minha vizinha e eu não sabia disso, meu envolvimento emocional afetou meu intelecto e me fez acreditar em uma coisa, que talvez nunca existiu, chamei Morte para irmos no tal endereço.

Ficamos lá observando, até que saiu o Mário, um dos alunos que eu expulsei da aula de monitoria da universidade, pensei que ele poderia ser irmão da Trinity, passamos o dia todo ali, Mário saiu e entrou, saiu e entrou, foi me dando um enjoo, um mal estar, um frio na coluna e Morte dizendo que era ele, eu não queria acreditar naquilo, então o seguimos.

Em uma rua sem movimento, parei o carro, Morte desceu do carro, deu uma coronhada na cabeça dele e o jogou no porta malas do carro, seguimos para o sítio dos pais de Morte, ficava afastado da cidade, chegando lá tiramos Mário do porta malas e o amarramos em uma cadeira, jogamos água na sua cara e ele acordou, então começamos o interrogatório:

 <Guerra> Olá Mário, tudo bem?
<Mario> O que é isso Bruno? Que porra é essa ?
<Guerra> Queremos saber se você tem irmã?
<Mario> Cara, vou te jogar a real, não me batam, Trinity sou eu!
<Guerra> Seu filho da putaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Nesse momento me descontrolei pulei em cima de Mário e comecei a bater nele sem piedade e Morte só observando e sorrindo, não fez nada pra me impedir, o ódio tomou conta de mim, bati sem piedade nele, até ele desmaiar, olhei pra Morte e disse:

<Guerra> Droga cara, acho que o matei!
<Morte> Calma, deixa eu ver os sinais vitais, não, ele está respirando e o coração batendo, ele desmaiou
<Guerra> Meu Deus, o que foi que eu fiz?!?!
<Morte> Calma, é a primeira vez que faz isso?
<Guerra> Nunca bati em ninguém fora do tatame da academia!
<Morte> Relaxa, eu faço isso quase todo dia, lembra qual é minha função nos cavaleiros?
<Guerra> Cara, não sei o que estou sentindo, uma mistura de nojo, com ira, ódio, tudo junto, esse filho da puta me enganou anos da minha vida, sinto vontade de mata-lo!
<Morte> Relaxa brother, sem mortes ok? O único que mata aqui sou eu!
<Guerra> Cara, eu amava uma mulher que nunca existiu e era um homem! Porra, tu sabes o que é isso?
<Morte> Não conto muitos detalhes da minha vida privada aos outros, mas, já espanquei um quase até a Morte, por fazer comigo o mesmo que fez com você, só que eu descobri em uma semana, então não sei como seria anos!
<Guerra> Cara vou matar ele!
<Morte> Mano, relaxa calmai, não faça isso, não vale a pena!
<Guerra> Esse desgraçado...
<Morte> Bruno, calma porra, se controla!!!
Enquanto isso Mário acorda:
<Mário> Pelo amor de Deus, não me batam mais, eu conto tudo!

Essa frase soou como o “Abre-te Sésamo”  aos nossos ouvidos, ficamos ali por horas ouvindo Mário relatar tudo, o começo foi na faculdade, nós administrávamos o sistema e todos queriam fazer isso, um grupo de Mário e seus amiguinhos estavam fuçando direto em nosso domínio, até que um dia eu o expulsei da sala de monitoria, foi onde tudo começou.

Eles então se voltaram contra nós, tentando nos derrubar a qualquer custo, fazendo todo tipo de ação pra tentar nos tirar do sistema, essa guerra perdura até hoje, eles passaram a se auto intitular como Escória, uma analogia ao modo que os tratávamos dentro da universidade e com isso nos perseguir até o dia de hoje.
Eu e Morte dissemos a ele que se contassem aos outros, nós o mataríamos, devido a situação ele acreditou fielmente no que dissemos, soltamos ele 30km antes da cidade, pra ele voltar pra casa refletindo tudo o que fez e nós fomos nos reunir com os outros, para tramar nossa vingança!
Continua...

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Conto 0004 Anjos Binários


Olá meu nome no mundo real é Ricardo, mas, no mundo virtual onde passo a maior parte do meu tempo, sou o Anjo Miguel, minha função é manter longe do nosso domínio os crackers, deleters e todos os bandidos do mundo virtual.

Oi meu nome de nascimento é Cristiano, mas, no ciberespaço onde vivo, sou o Anjo Rafael, meu amigo aqui em cima já relatou o que nós fazemos!

Aloah eu vou poupar você de apresentações, me chame de Anjo Gabriel.

Nós administramos um Mainframe, temos dezenas de encarregados de setor, centenas de administradores remotos e milhares de usuários por todo país e um enorme problema, todos os bandidos virtuais querem ter acesso a nosso sistema, claro, nossa função é tentar mantê-los longe e isso não é fácil!

Certo dia nossos operadores detectaram um intruso na rede, nosso sistema era baseado em um padrão, esse foi nosso principal erro, tratando-se de hackers, padrão nenhum funciona, justamente porque eles não tem um padrão, cada um tem seu modo de agir.

<Operador> Senhor, temos um intruso na rede, ele usa um nickname denominado Fome
<Miguel> Certo e o que ele está fazendo?
<Operador> Por enquanto nada senhor, deve estar analisando o sistema
<Miguel> O que você está esperando pra desconectá-lo do sistema?
<Operador> Sua autorização senhor!
<Miguel> Já falei, para com esse papo formal de Senhor, me chame de Miguel!
<Operador> Certo senhor, digo, me perdoe senhor, ops tudo bem Miguel, já está fora do sistema...
Algumas horas depois...
<Operador> Miguel, há um usuário no sistema fazendo uploads de imagens de programas enormes, é o User1873
<Miguel> De que lugar ele é?
<Operador> Só um momento senhor... Senhor, acho que é aquele hacker, a Peste, ele detectou o nosso padrão e deve estar logado  no sistema com nosso padrão, o que ele não sabe é que todo operador tem credenciais e ele não tem nenhuma!
<Miguel> Tudo bem operador, deixe comigo, eu rastrearei ele...

A primeira  coisa que fiz foi busca a localização da conexão, a primeira vez que rastreei apareceu como se ele estivesse conectado de Kingston – Jamaica, depois de Londres, então desisti de rastreá-lo e comecei a analisar o que ele estava fazendo. Na pasta que ele criou como sendo de seu usuário padrão, estava lotada de imagens ISSO de sistemas, programas, jogos e tudo mais, além de MP3 e vídeos, ele era um hacker querendo fazer um backup de seus dados em meu sistema, ele estava no lugar errado, sendo observado pelo administrador certo.

Ao observá-lo, lembrei de como tudo isso começou, eu fazia a mesma coisa que ele, como meu computador pessoal não tinha espaço suficiente para guardar minhas tralhas digitais eu guardava em servidores, a mesma coisa que este hacker estava fazendo, o flashback durou horas, até eu receber uma mensagem do Rafael:

<Rafael> Quando você vai banir esse invasor do sistema, há horas você simplesmente o observa!
<Miguel> Quem deu ordens pra você me rastrear e saber o que faço?
<Rafael> Meu caro, aqui nós temos o mesmo poder esqueceu de nossa tríplice aliança?
<Miguel> Cara estava relembrando o que fazíamos no passado, ele está fazendo a mesma coisa
<Rafael> E você é pago hoje pra que?
<Miguel> Você virou um mercenário, nunca pensei que isso aconteceria com você
<Rafael> Ricardo, nós somos pagos para proteger esse sistema e não pra vê hackers dentro deles e ficar lembrando de um passado que quero esquecer! Isso é um banco! Há dinheiro em nosso sistema, quer me fazer o favor de banir esse hacker?
<Miguel> Odeio quando você me chama pelo meu nome, sou o Anjo Miguel, MIgueeeeeeeeeeel!
<Rafael> Hoje eu estou mais pra Lúcifer do que pra anjo, você não vai banir, então eu cuido disso!

Ao tentar banir o usuário do sistema, Rafael teve uma grande surpresa, ele não podia ser banido, estava com suas mesmas credenciais de administrador e não poderia ser banido pelo terminal, somente no próprio Mainframe, eles decidiram ir até o monitor central para desconectá-lo.

O hacker criptografou suas pastas e seu usuário dentro do Mainframe, eles passaram horas tentando apagar seus arquivos e desconectá-lo, o hacker era dos bons e difícil de se banir, deletar e localizar. O único jeito que eles poderiam fazer era desconectar o Mainframe da rede e resetá-lo em modo de usuário único.

Eles colocaram o Mainframe secundário em rede, com o raid do Mainframe principal e logo após resetaram o principal desconectando-o da rede e inicializando em modo de administrador único, mesmo assim, os dados criptografados não conseguiam ser apagados, resolveram somente banir seu usuário e descobrir como apagar seus arquivos.

Enquanto isso, no outro lado da rede:
<Peste> Eles morderam a isca como  planejamos, o Mainframe secundário está no ar com nossos arquivos, eu terei de entrar e todos vocês me protegerem enganando eles, enquanto isso moverei os arquivos pro novo servidor, dois apagarei nossos rastros e arquivos deste.
<Guerra> Deixa comigo, eles ficarão loucos de tanto buscar meus usuários fantasmas em vão, você conseguiu o acesso de admin nesta maquina secundária?
<Peste> Sim, com as mesmas credenciais deles kkkkkkkkkkk
<Guerra> Vamos lá senhores, a guerra vai começar, cavaleiros versus anjos, round one fight!
<Operador> senhor, os alertas de intrusos estão ligados pra centenas de usuários e crescendo
<Gabriel> Isso tinha que acontecer em meu turno? 
Ligue pros outros anjos e convoque-os para a guerra!
<Operador> Estou ligando senhor
<Gabriel> Quero todos os outros administradores e operadores banindo esses hackers fdp

Enquanto isso os outros anjos atendiam suas ligações, cada um fazendo suas atividades sociais e tendo que parar com tudo e correr para o banco. Nesse tempo Peste já iniciara o processo de migração do servidor movendo todos os arquivos para outro, aos poucos os outros anjos foram tomando suas posições e derrubando os usuários fantasmas de Guerra, o ataque durou horas até cessar.

<Guerra> Eai pegou tudo?
<Peste> Peguei, já estão todos salvos
<Fome> Mais uma missão comprida
<Morte> Perfect!
Enquanto isso, no outro lado da rede:
<Rafael> De onde vinham essas conexões?
<Miguel> Do México, Caribe, Londres, Miami...
<Gabriel> Desgraçados, eles são bons mesmo, qual foi o dano no sistema?
<Operador> Nenhum senhor, até melhorou, temos 53 Terabytes livres agora!
<Gabriel> Deixa ver se eu entendi, eles entram aqui, fazem essa guerra toda, não roubam contas, nenhum dinheiro desaparece e eles somem do nada deixando nosso sistema mais rápido? Onde está a lógica nisso tudo?
<Miguel> Acho que você é anjo demais e não percebe malicia nas coisas Gabriel!
<Rafael> Eles usam servidores e mainframes pra guardar seus arquivos!

Em fim, a guerra terminou, não foi a primeira e nem será a ultima, porque no mundo virtual existe sempre alguém fazendo alguma coisa...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Conto 0003 Os quatro cavaleiros do mundo virtual


Olá, meu nome de nascença é Rafael, mas, no ciberespaço meu segundo lar, sou a Peste!

Olá, meu nome de nascença é Bruno, mas, no espaço virtual sou conhecido por Guerra!

Olá, em minha certidão de nascimento tem escrito André, só que você irá me conhecer como Fome!

Olá sou o Felipe e na internet sou a Morte!
Nós somos os quatro cavaleiros do apocalipse virtual! Aqui nós dominamos!

Nós nos conhecemos na faculdade, enquanto os nerds se preocupavam  em aprender todas as equações e os blábláblás todos, nós só queríamos uma coisa, poder no mundo virtual! Começamos pelo servidor da faculdade, onde nosso professor que era doutor em computação, dizia que administrava o servidor, coitado, quem administrava aquela bomba éramos nós!

Se não fosse eu, a Peste, a controlar todos os trojans, vírus, spywares e etc... Que aqueles alunos, tentavam infectar nosso servidor todo dia, ele não funcionaria, os leigos são a pior raça, eles entram em tudo quanto é site, desde os sites de hackers, que só contaminam as maquinas, até sites pornôs, que lotam os computadores de todas as pragas que você imaginar.

A Guerra, porque escolhi ser a guerra, vários outros bandos de hackers queriam o controle do nosso servidor, minha função? Impedir que eles conseguissem, então minha brincadeira era passar horas e horas desconectando eles do servidor, como eu me divertia, eles sempre me ameaçavam, panacas, eu era a Guerra, será que eles não entendiam isso?

A Fome, minha função era nutrir o servidor com os dados que iríamos usar imagens ISOs de todos os tipos de programas que você pudesse imaginar, desde os pacotes mais simples, os usados como programas de escritórios, até os mais complexos como escâner de portas, rotas e etc...

Sou a Morte, meus pais são militares e se conheceram no exército, minha função era quebrar os dedos dos otários que se metessem conosco, pra que não pudessem mais digitar e fazer merda no nosso domínio!

Administrávamos um servidor de bate-papo, ligado a uma grande rede de IRC, nós fazíamos por amor a informática, queríamos que as pessoas comuns pudessem usar o computador para conhecer outras pessoas e se divertir como nós nos divertíamos, só não podiam querer invadir nosso sistema, de resto estava muito bom.

Certo tempo, houve uma grande guerra e as maiores redes de bate-papo do país, literalmente acabaram deixando milhares de usuários órfãos, neste momento surgiram as redes sociais e nossa história recomeçava, deixamos de administrar servidores de IRC e administrávamos patéticas comunidades, as quais, qualquer operador que se preste poderiam administrar, só que a nossa, era a dos hackers! A Elite!

Sabem como é, sempre aparecem os melhores querendo ser os melhores dos melhores, então, vivíamos em guerra, e de guerra eu entendia, deixei de killar usuários e passei a bani-los, da mesma forma que fazíamos no bate papo, pelo menos eu podia sentir o prazer de banir alguém, mesmo que fosse de uma comunidade em uma rede social, conheci uma mulher muito interessante, Trinity, nossa, passávamos horas conversando por programas de mensagens instantâneas, ela era muito atraente, mas, tinha um péssimo defeito, nunca ligava a webcam pra eu vê-la.

A Peste sempre colocava links com vírus, só pra poder fuçar tudo no computador daqueles novatos, queria saber tudo deles, nome, CPF, RG e claro, sua conta bancária pra pegar algum emprestado, claro, quando eu for rico devolvo tudo pra eles kkkkkk!

Como não poderia deixar de ser, eu compartilhava links de programas, matando a Fome daqueles usuários que queriam usar programas pirateados, minha função era garantir que todos usassem meus cracks e assim pudessem usufruir de todos os programas existentes, eles só não sabiam que junto ia um trojan pra eu saber tudo deles, aprendi isso com a Peste.

A Morte sempre aparecia para aqueles animais que queriam roubar a comunidade da gente, minha função era dar porrada nos manes, pra isso, nossa gangue virtual me pagava passagem por todo o país, só pra eu manter os manes longe do nosso domínio, usando a velha força bruta, como eu me divirto batendo neles.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Conto 0002 Zero!


Olá meu nome de nascença é Francisco, mas, no ciberespaço onde vivo, sou conhecido como Zero! 

Minha história começou na escola, na aula de informática, quando meu professor estava ensinando como usar um comando chamado delete, este comando apagaria arquivos especificados no computador, ele disse que não éramos pra apagar nenhum arquivo, porém, não pude me conter, e apaguei alguns, logo o computador pifou, quando terminou a aula, tratei de sair o mais rápido possível da sala, mas, aquele comando ficou perturbando minha cabeça.

Em certa aula conheci outro comando o format, esse apagava todos os arquivos do computador de uma só vez, deixando o HD dele zerado, mais uma vez não me contive e formatei o computador, só que dessa vez, não pude sair correndo, o professor já estava de olho em mim e me chamou a atenção logo depois me expulsando da sala de aula.
Os anos foram passando e eu me especializei em zerar as coisas, primeiro aprendi a apagar meu rastro em conexões, testei todas elas, de redes de TVs até o próprio sistema da polícia, zerei contas bancárias, eu gostava literalmente de “zerar” as coisas, confesso que isso é meio loucura, mas, sou feliz assim.

Como me especializei em apagar meus rastros as coisas ficaram boas, eu roubava o dinheiro do banco, ninguém sabia pra onde ia, ninguém sabia quem tinha feito e eu continuava, invadia sistemas e mais sistemas, naquela compulsão incessante e rotineira. Eu apagava os arquivos de sites, blogs, tudo o que viesse pela frente, os administradores de servidores e sites deveriam ficar muito irados comigo, mas, esse era meu desejo incontrolável e eu tinha de fazer aquilo.

As vezes entrava em uma lan-house  só pra formatar os computadores, certa época encontrei com uns hackers que guardavam arquivos de musica MP3 em um servidor de uma universidade, quando achei a pasta nos arquivos, nem pensei duas vezes, apaguei a pasta, neste momento, fiz a pior burrice da minha vida, os hackers ficaram revoltados comigo e mesmo apagando meu rastro, eles me localizaram.

Um belo dia aparece uma mensagem poup-up em  meu computador, era um dos hackers, tal BadAngel dizendo: Seu deleter escroto, filho da puta, passamos anos guardando aquelas musicas, levarei semanas, quiçá meses para recompor todos os dados do servidor, agora você provará seu veneno! De repente a tela do meu computador ficou preta, nem o cursor piscava, Ctrl+Atl+Del e nada, não era possível aquilo, meu computador simplesmente travou e quando foi resetar a maquina, a mensagem de erro: Computador sem sistema operacional.

Pela primeira vez em minha vida, tive o desprazer de perder todos os meus dados, fotos, músicas tudo, simplesmente tudo! Eu queria arrancar os dedos desse tal BadAngel, não sabia por onde começar, então tratei de invadir seu servidorzinho de merda mais uma vez.

No dia seguinte estava eu a tentar entrar no servidor, mas, todas as portas estavam fechadas, eu não conseguia de forma alguma entrar naquele maldito servidor, fiquei nervoso, quase quebrei o teclado e o mouse, eu, o zero, o cara que zerava tudo, pego de surpresa por esse maldito grupo de hackers.

Passei uma semana naquela obsessão ferrenha de invadir o servidor, quando menos espero, o poup-up mais uma vez em minha tela: Eai seu deleter de merda, gostou do que fiz na sua maquinazinha, toma de novo! E mais uma vez o desgraçado do tal BadAngel formatou meu computador.
Pra vias de fato, comprei outro computador e mudei minha identidade digital, eu estava preocupado, afinal eles eram um grupo e eu agia sozinho, estava em brutal desigualdade, por medo de eles terem me rastreado, tratei de sair do apart-hotel onde morava e mudar de cidade.

Mudei pra cidade onde estava o servidor deles, se eles pensam que me meteram medo, eles estão enganados, o zero não tem medo. Eu fui na biblioteca da universidade e de lá acessei o servidor deles, atrás de pistas de quem eram eles, encontrei arquivos de um tal canal de IRC, baixei o programa instalei em minha maquina e fui atrás dos tais hackers.

Usando o tal IRC encontrei o tal BadAngel, ele era uma espécie de policial dos servidores e de uns canal do bate-papo, comecei a interagir com eles, desta vez com meu computador novo e de identidade nova, pra não ser rastreado.

O BadAngel era o tipo bonachão, conhecia todos os integrantes do canal, era cordial com aqueles que respeitavam as regras e brutal com os que infligiam as leis do seu ciberespaço.

Aos poucos fui analisando a conduta de seu grupo de hackers, eles não afetavam os sistemas, pelo contrário eles mantinham os sistemas virtuais funcionando, baniam do sistema os crackers, deleters como eu e toda espécie de hackers do mal.

O tal BadAngel de achava o super-herói do pedaço, mal sabia ele que seus dias estavam contados, eu iria apagar tudo, tudo o que era dele, seu blog, site, servidores, até seu computador pessoal, minha vingança estava somente começando.

Tratei de mudar de cidade, dessa vez, pra cidade dele, do hackerzinho de merda, um belo dia fui a um dos encontros de internet local, pra analisar de perto o cidadão, fiquei pasmo, a turma dele era enorme, muita gente mesmo, ele sempre no meio do foco e eu analisando tudo.

Certo hacker tentou pressioná-lo e nessa hora percebi que ele era perigoso não só no mundo virtual, mas, no real, simplesmente o BadAngel levantou a camisa e mostrou a arma pro cara, apontou com a mão e o dedo na sua cabeça e fingiu dar um tiro nele, o cara saiu correndo dali e eu tratei logo de dar o fora.

Finalmente encontrei um adversário a minha altura, não era policial, não era segurança de banco, era simplesmente um hacker bonachão e sua platéia.
Decidi mudar de país, juntei minhas coisas e fui embora de sua cidadezinha, onde moro hoje? Nem eu sei, hoje aqui, amanhã ali, onde tiver furos no sistema, o zero estará lá, deletando tudo!

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Conto 0001 Tornado!

Meu nome de nascença é José, tenho 24 anos, mas, no mundo dos computadores sou conhecido por Tornado, atualmente moro em uma penitenciária qualquer, numa cidade qualquer, junto com mais 50 detentos em uma cela feita para abrigar 15, como vim parar aqui? Essa é a história que você irá ler!


Na minha oitava série do ensino fundamental, conheci uma maquina que literalmente mudou minha vida, o computador, eu estudava em uma escola particular, onde minha mãe era professora, por isso tinha uma bolsa de ensino, nossa família não teria condições de custear a escola, visto que meu pai era alcoólatra e estava desempregado.

Quando conheci o computador na escola, me apaixonei por aquela máquina, não me interessava por matéria alguma, ia para escola obrigado, eu tinha que estudar e se não estudasse, meu pai batia em mim. Porém, ao descobrir o computador, conheci uma coisa que realmente gostava, eu entrava atrasado nas aulas, na aula de computação nunca entrei atrasado.

Nas provas de computação sempre tirava 10 e se o professor me desse 9,5 eu brigava com ele, argumentando que ele não entendeu o que eu tinha dito. Logo aprendi como funcionava o sistema dos computadores, era incrível, mas, parecia que eu conversava com eles, que antes me aprender a usar, eu já sabia como funcionava.

A primeira invasão que fiz foi no servidor da escolar, com o intuito de alterar minhas notas, já estava cansado de apanhar do meu pai. Depois disso comecei a invadir todos os sistemas possíveis e impossíveis, até invadir o primeiro sistema bancário, programei para um caixa eletrônico simplesmente esvaziar uma de suas caixas de cédulas, com o dinheiro disso ao final do meu ano escolar, comprei meu primeiro computador.

Depois disso, disse aos meus pais que estava trabalhando de office boy em uma empresa qualquer.Logo começou o meu ensino médio e com isso, minhas notas, sempre boas, umas altas outras na média, pra não parecer padronizado as notas. Certo dia na biblioteca da minha cidade, instalaram um novo meio de comunicação, a internet.

Tratei logo de comprar um computador novo para que pudesse acessar esse sistema, fuçando nos arquivos de um site de busca, conheci uma nova ferramenta, redes de bate-papo, o IRC, instalava-se um programa simples no computador e tinha acesso a essa rede de bate-papo.

Neste momento entrei em contato com outros hackers, trocávamos senhas de servidores de internet e contas de dados. Ao longo do tempo os sistemas bancários começaram a se proteger dos meus ataques a caixas eletrônicos e estava ficando sem dinheiro, tratei de procurar formas alternativas de ter dinheiro fácil, nos bate-papos comentando sobre o acontecido com meus amigos virtuais, descobri que eles tinha outra forma de conseguir o dinheiro, transferências eletrônicas.

Simplesmente esse meu grupo de amigos, roubava dinheiro de dinheiro desviado por políticos a contas do exterior, em seus esquemas de corrupção, o lema deles era: Ladrão que rouba ladrão, tem cem anos de perdão. Bem no estilo Robin Hood, eles também faziam doações do dinheiro a comunidades carentes, em forma de entrega de doações.

Perguntei a um deles de tinha vaga no grupo, fui aceito de imediato, a nova brincadeira era fuçar a vida de políticos, os principais alvos das transferências eletrônicas, teríamos de saber tudo sobre eles, o que pra nós era algo muito fácil.

Nossa turma de hackers passava o dia analisando contas dos políticos e identificando possíveis desvios de verbas, o que era algo muito comum de se encontrar, quando o desvio era feito, estávamos lá para desviar nossa quantia.

Nesta época já estava morando no meu próprio apartamento, todo mobiliado com dinheiro fácil, conseguido ali, no meio virtual. Quando as pessoas perguntavam o que eu fazia, dizia que trabalhava pra uma empresa de informática. Consegui pagar um tratamento de reabilitação pro meu pai e depois disso ele arrumou um emprego e estava bem de vida, conseguindo se manter junto com a mãe.

Nossa turma estava cada dia mais avançada, tínhamos outro alvo, os usuários de internet banking, mandávamos um vírus para seus computadores e eles nos forneciam todos os dados, onde nesta hora, zerávamos suas contas, tínhamos uma regra, não fazer isso com pessoas de poucas posses e sim, com pessoas bastante ricas no meio social, cheguei a roubar meu próprio vizinho.

Certo amigo meu, o Trolador disse que estava cansado desta vida e que iria se mudar pra outro país, com a fortuna de anos de roubos cibernéticos, montar uma empresa e tentar viver normalmente, como a maioria das pessoas, eu não queria isso, eu queria conhecer o mundo.

Quando já tinha uma quantia boa em dinheiro, comecei a viajar pelo Brasil, conhecendo o litoral brasileiro que é lindíssimo com suas praias, no meio destas viagens, conheci Rebeca, uma bela mulher, bronzeada, corpo lindo e o sorriso mais belo que já tinha visto em minha vida. Rebeca trabalhava em um banco, conversamos muito, fomos a várias baladas, ela estava de férias e logo voltaria a sua cidade natal.

Confesso que me apaixonei por aquela beldade, neste momento disse a ela que se ela quisesse namorar comigo, eu mudaria de cidade para ficar com ela, ela me deu aquele sorriso e disse que sim, que namoraria comigo, ficamos ali planejando nosso futuro, na beira da praia, em um hotel belíssimo do litoral.

Ao voltar pro meu apartamento, me deparei com uma cena a qual nunca imaginaria que iria acontecer, carros de policia para todos os cantos, perguntei ao transeunte o que estava acontecendo, descobri que a polícia estava atrás de um famoso hacker, esse hacker era eu.

Neste momento tratei de mudar de identidade, alterei meu nome, zerei minhas contas, transferi para outras que tinha acesso e fiz o favor de deletar o sistema de log do banco, que grava todas as transações bancárias.

Mudei pra cidade de Rebeca, com o mesmo nome, só que agora sendo um nome composto, com meu nome original e um outro nome fictício, perguntei pra Rebeca se poderia ficar em sua casa, ela aceitou, então já não precisava de alugar apartamento, nome, RG, CPF essas coisas, sendo Rebeca a mantenedora oficial da casa, meu nome não apareceria em lugar algum, assim poderia fugir da polícia, me escondendo atrás de Rebeca.

Os anos foram passando e Rebeca começou a desconfiar do meu trabalho, porque eu trabalhava pouco e ganhava muito. Comecei seriamente a pensar na oportunidade de sacar todo o dinheiro do banco e trocá-lo por pedras preciosas, que eram mais fáceis de manipular, tendo a polícia no meu encalço.

Nas férias desse ano, convenci Rebeca a fazer uma maravilhosa viagem pelo mundo, em uma delas, um paraíso fiscal onde todo o meu dinheiro estava guardado, logo após íamos pra uma olha do caribe, tudo isso em um jato fretado no nome dela, para não ser preciso passar por aeroportos e a polícia federal, mesmo com tudo falso, eu sabia que eles me prenderiam.

Rebeca aceitou, passamos pelo paraíso fiscal, sacamos todo o meu dinheiro, troquei rapidamente por pedras preciosas e continuamos nossa viagem rumo ao caribe, tudo aconteceu normalmente, Rebeca se apaixonou pelo caribe, então ofereci a ela a oportunidade de morarmos ali mesmo, ela achou a idéia maravilhosa, disse que iria apenas voltar ao Brasil, fechar o aluguel do apartamento, as contas se demitir e voltar ao caribe.

Enquanto isso estava eu procurando um investimento para fazer no Caribe, decidi comprar uma pousada e ter a mesma vida que meu amigo Trolador queria, ser um comerciante local em um país distante do meu. O tempo passou rápido, tratei logo de informatizar a pousada, coloquei uma lan-house para que os hóspedes pudessem acessar a internet lá mesmo, em nossos computadores.

Eu estava preocupado com Rebeca, ela não dava noticias há dias e isso me deixava muito nervoso. Certo dia entraram quatro policiais em minha pousada e fui preso, sob todas as acusações de violações de leis brasileiras, fui extraditado para o Brasil e hoje moro na mesma penitenciária que descrevi no começo desta história, esse meu depoimento foi enviado para internet, na tentativa de alertar meus amigos hackers, que um dia isso poderia acontecer com eles.